Crianças e Media

Weblog do Curso de Mestrado de Sociologia da Infância

Outros blogs:
Educomunicação
Educação para os Media
Educação à Imagem
Jornalismo e Comunicação


This page is powered by Blogger. Isn't yours?
sexta-feira, junho 20, 2003
 
Uma perspectiva holística da educação para os media

Um processo que:
- se estende ao longo da vida
- pode /deve implicar diferentes actores em parcerias
- envolve uma actividade inter-profissional.

Princípios fundamentais da educação para os media

- Os media não reflectem a realidade mas representam-na
- Princípio da não-transparência
- A “desnaturalização” e a desconstrução como dimensão fundamental
o Produção
o Tecnologias e processos
o Critérios de acção dos media e seu impacte
o Modos como o público lê os medias
- A educação para os media como procura e não como imposição
- Carácter “oportunista”: ligação à actualidade
- Aprendizagem das artes de navegar
- Conceitos fundamentais
o Linguagens e processos de significação
o A narrativa como categoria e dimensão de análise
o Lógicas de poder e de serviço
o Espaço público, interesse público e cidadania
o Contextos e posições sociais na produção e recepção
o Práticas culturais
o Tecnologias e sua relação com processos sociais
o Comunicação interpessoal e mediação social
o Participação, expressão e criatividade
- Um projecto de médio longo prazo
- Articulação com a formação para a cidadania

Formas e modalidades de introdução da Educação para os Media
- recurso pedagógico ou ilustração
- objecto de estudo
o área de estudo específica
o tema ou módulo autónomo dentro de disciplinas existentes
o componente integrada
o componente transversal
- como forma de expressão e comunicação.

Razões para a abordagem integrada no currículo:
- cada vez mais materiais mediáticos no apoio às disciplinas
- os media são para as crianças um currículo alternativo
- a representação das disciplinas e das áreas do saber nos media.

(Parte destas notas são adaptadas de Len Masterman (1994) L'Éducation aux Médias dans l´ Europe des Années 90. Strasbourg: Les Éditions du Consel de l´Europe)

quarta-feira, junho 18, 2003
 
William Corsaro, um dos mais destacados autores de Sociologia da Infância, professor na Universidade de Indiana, Estados Unidos da América, fará uma conferência intitulada "Infância e Cultura de Pares" no Auditório do mInstituto de Estudos da Criança, hoje, pelas 17 horas. Será assegurada a tradução da conferência. Esta iniciativa decorre no âmbito do Ciclo de Conferências em Sociologia da Infância.

terça-feira, junho 17, 2003
 
É rara a referência à educação para os media nos próprios media. Hoje, aparece no Público, sob a forma de carta de um leitor:

Educar para Os "Media"!

Quero deste modo enaltecer, mas também completar, a excelente reflexão: "Editores da atenção" (PÚBLICO 03-06-03). Sem dúvida, nas sociedades industrializadas, o excedente de produtos não satisfaz a escassa atenção que se dedica aos indivíduos. Os "media" conseguiram fazê-lo, na medida em que estes se revêem na projecção das essências humanas editadas. Assim, criaram uma "agenda" do nosso consumo. Porém, o diagnóstico da patologia "per se" é insuficiente e urge oferecer algum receituário.

Numa sociedade de informação, não será relevante uma educação para a mediatização da mesma? Ao lado da língua francesa ou inglesa, o currículo escolar pode e deve desenvolver uma alfabetização para os "media". Um lugar onde os nossos filhos aprendem a distinguir entre a notícia e o sensacionalismo da forma como é difundida, assim como a verdade e o espectáculo em torno dela. Todavia, sendo a família o centro emocional das crianças, que melhor lugar encontramos para a desalienação que provém dos "media". Destarte, os pais devem chamar a si a responsabilidade de denunciar a perversão dos sentimentos explorados até à exaustão. Como modelos, positiva ou negativamente, serão exemplo do consumo dessa venenosa "sedução".

A educação para os "media" também se aprende no lar. Mas será que nós adultos lemos ou vemos aquilo que consumimos sob um olhar crítico? Estaremos à mercê de um destino que está traçado para manipular as nossas opiniões e conduzir-nos a comportamentos "programados"? Finalmente, porque acredito que os "media" são instrumentos civilizacionais relevantes, também devem ser incluídos na estratégia de educação para a actual cultura comunicativa. Enquanto agentes de socialização, as suas grelhas de programação devem ser sensíveis à instrução para o consumo dos seus conteúdos - à semelhança de alguns editoriais do José Manuel Fernandes. E, em atalho de foice, porque não envolver a Igreja enquanto escola para a vida? Não fora São Paulo quem advertiu para necessidade de não nos deixarmos modelar sem exercer reflexividade? Não é ela a força motora para a transformação das nossas mentalidades? Enfim... cada vez mais carecemos de uma educação para um exercício crítico continuamente renovado.

Simão Daniel Fonseca da Silva

Póvoa de Santo Adrião